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Perspectivas para a atividade econômica em 2023

30/01/2023
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A construção de cenários para o futuro é um tema relevante para o planejamento corporativo, principalmente nas semanas que antecedem o encerramento de cada ano. Com o intuito de elaborar prognósticos para 2023, é fundamental compreender de que ponto estamos partindo, através de uma brevíssima retrospectiva de 2022.

O crescimento do PIB brasileiro surpreendeu os analistas. Em janeiro, as projeções dos agentes consultados pelo Relatório FOCUS, do Banco Central, acusavam expansão de +0,3%, enquanto hoje existe margem razoável de segurança para afirmar que o número ultrapassará 3,0%. Três razões auxiliam na explicação do fenômeno: (1) melhora do quadro sanitário e a reativação das categorias que mais sofreram com a pandemia – comércio de bens não essenciais e serviços; (2) consequências do aumento das commodities sobre o PIB; (3) medidas da União de ampliação dos gastos (com proeminência das transferências sociais) e redução de impostos (ICMS e IPI, por exemplo).

Mas será que podemos sonhar com algo próximo à repetição desse desempenho? Para responder a pergunta, é necessário avaliar o balanço dos riscos – de baixa e de alta. Dentro do primeiro grupo, os destaques são: (1) desaceleração global; (2) impacto dos juros elevados no crédito destinado às famílias, empreendedores e ao governo; (3) queda da demanda reprimida; (4) incertezas fiscais; (5) diminuição da poupança em comparação com 2021. Já com relação ao segundo, temos: (1) atenuação dos gargalos logísticos internacionais; (2) efeito benigno da safra de grãos 22/23; (3) recuperação consistente do emprego e (4) inércia herdada de 2022, envolvendo, entre outros aspectos, a maior taxa de investimento sobre o PIB desde 2014.

No confronto entre as duas forças, julgamos que as questões negativas se sobrepõem às positivas, o que ajuda a entender a cautela que carregamos para 2023. Embora nossa previsão (+1,2%) supere o consenso do mercado (+0,79%), teremos, de qualquer forma, uma moderação considerável.

Especificamente sobre o Rio Grande do Sul, fomos atingidos por uma severa estiagem – responsável pelo recuo do setor primário de cerca de 50% entre janeiro e setembro, e de -6,6% no agregado. A despeito da colheita de inverno favorável, deveremos fechar 2022 com retração de 3,6%, conforme a FARSUL. Para 2023, a intensidade da retomada gaúcha dependerá novamente do clima. Os demais segmentos, menos suscetíveis ao agro, provavelmente passarão por um processo de desaquecimento, pois muito do que acontece aqui vem a reboque da conjuntura nacional.

Em suma, o panorama é desafiador. Em situações como a descrita, ganha importância a busca por eficiência por parte das empresas, visando o aproveitamento de oportunidades para acrescer vendas e racionalizar a estrutura da despesa.

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