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Recessão global à vista?

15/07/2022
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Recentemente as buscas no Google pelo termo “recessão” nos Estados Unidos aumentaram, com avanço de 335% entre a média semanal de fevereiro e o total registrado entre 10 a 16 de julho. De acordo com a análise dos especialistas do Citigroup, a chance de uma queda da produção nos próximos períodos já se aproxima dos 50%. Quais, portanto, são os vetores que contribuem para a concretização do referido cenário?

 Em primeiro lugar, os preços ao consumidor americano subiram +1,3% em junho: patamar acima do esperado pelos agentes consultados pela Refinitiv (+1,1%). Como resultado, o acumulado do indicador nos últimos 12 meses somou +9,1%, ou seja, a maior taxa desde novembro de 1981. Nessa métrica, os itens relativos ao grupamento “energia” foram o destaque (+41,6%), com influência decisiva dos combustíveis e do gás encanado. Retrato semelhante é verificado na Zona do Euro, onde a inflação vem quebrando sucessivos recordes históricos.

 Crescem assim os temores de uma eventual aceleração do processo de elevação dos juros nos EUA. Mesmo com declarações de membros do Banco Central de que a sustentação da alta de 0,75 ponto percentual é suficiente para o atingimento dos objetivos da política monetária, as negociações no mercado financeiro apontam que existe uma probabilidade não desprezível (41,6% em 14/07) de acréscimo de 1,00 ponto percentual na reunião de 26 e 27 de julho.

 Além disso, majorações extras serão necessárias, de modo que o ciclo somente estará provavelmente completo ao redor de 4,00% ao ano (hoje o balizador encontra-se entre 1,50% e 1,75% ao ano). O incremento do custo de capital atuará para frear as despesas das famílias, os investimentos e a tomada de dívidas por parte do governo.

 Outros gargalos representam desafios para o mundo, incluindo: (1) a redução da demanda reprimida pelos segmentos que mais sofreram com as medidas de distanciamento social, principalmente bens não essenciais e os serviços; (2) os impactos negativos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre o comércio internacional e a cotação de importantes commodities, como o petróleo; (3) novas restrições ao funcionamento dos negócios na China e seus desdobramentos sobre as cadeias de insumos e suprimentos.

 O panorama adverso naturalmente prejudica a confiança a respeito da situação atual e das perspectivas para o futuro. Consequentemente, os gastos diminuem, suscitando uma espiral de menos contratações e geração de renda.

 Caso venha a acontecer, o Brasil teria dificuldades adicionais para expandir o PIB. Tal quadro, aliado à fragilização dos nossos fundamentos, notadamente no âmbito fiscal, podem acarretar numa circunstância bastante complicada, sobretudo em 2023.


Fonte: CDL POA


 

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