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PIB do 1º trimestre de 2022 do Rio Grande do Sul: avaliação dos dados

27/06/2022
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PIB do 1º trimestre de 2022 do Rio Grande do Sul: avaliação dos dados

 
Visão geral: 

O nível de atividade gaúcho teve recuo de -3,8% entre janeiro e março de 2022 em relação aos três meses imediatamente anteriores, depois do ajuste sazonal. Tal desempenho ficou aquém da estimativa do IBGE para o Brasil no mesmo período (+1,0%).
O descolamento em comparação com a média nacional ocorreu fundamentalmente por conta do tombo da agropecuária (-28,1%). Cabe destacar que a safra de grãos 21/22 foi duramente atingida pela estiagem, causando expressivas perdas em culturas de suma relevância, como a soja e o milho.
No que se refere ao parque fabril, houve queda de 1,4%. Por um lado, a transformação exerceu o principal impacto baixista (-1,8%): além da base elevada, os efeitos da conjuntura atual –  taxas de juros altas e escassez de insumos e suprimentos, decorrentes da desorganização das cadeias produtivas internacionais – pesaram negativamente.
Já no tocante ao setor terciário, o crescimento de +0,3% foi determinado pela melhora do quadro sanitário e os ganhos de mobilidade da população após o pior momento da variante Ômicron do coronavírus em janeiro. Conforme a abertura das estatísticas, os “outros serviços” (+2,2%) – alojamento, alimentação, saúde e educação privados –, se beneficiaram da demanda reprimida. Por sua vez, as mudanças digitais deflagradas pela pandemia favoreceram não somente a “tecnologia de informação” (+0,4%), como também os “transportes, armazenagem e correio” (+1,0%), em função do uso mais intensivo do e-commerce desde o início do distanciamento social. Na ponta oposta, o comércio apresentou retração de 2,0%. Aqui, especificamente, entendemos que o comportamento da massa de salários reais dos trabalhadores é crucial para explicar a dinâmica do segmento, cujo valor permaneceu 4,5% inferior à verificada no primeiro trimestre de 2019, em virtude da pressão inflacionária e do maior patamar de informalidade.



Confiança do consumidor aumenta em junho com expectativas

A sondagem de junho, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou avanço em comparação com maio de 3,5 pontos (de 75,5 para 79,0) nas estatísticas ajustadas pela sazonalidade. Por um lado, o componente da situação atual apresentou leve melhora (de 69,1 para 70,4 pontos), atingindo o recorde desde julho de 2021 (70,9 pontos). Por outro, as expectativas (81,0 para 85,9 pontos) exerceram contribuição positiva relevante, devolvendo praticamente a integralidade das perdas verificadas em relação ao período imediatamente anterior.


Hoje o índice encontra-se 10,0% aquém do registrado em fevereiro de 2020 – previamente à imposição do distanciamento social.
 
COMENTÁRIOS:

De acordo com a abertura dos dados por faixa de rendimentos, todas as 4 tiveram alta. A maior ocorreu para as famílias menos abonadas (até R$ 2.100 mensais), com crescimento de 4,2 pontos. Porém, o incremento foi insuficiente para compensar o tombo de 9,2 pontos do levantamento precedente. A leitura desse grupamento a respeito do futuro seguiu piorando por conta: (1) dos obstáculos relatados em termos de perspectivas de empregabilidade; (2) da crença de que a inflação ainda pressionará seus respectivos orçamentos; (3) dos efeitos da majoração dos juros sobre o preço dos empréstimos / financiamentos.
Por sua vez, entendemos que as medidas do governo federal – principalmente a liberação parcial dos saques do FGTS, o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas e a facilitação do crédito – continuarão fornecendo algum fôlego ao sentimento no curto prazo. Entretanto, o impulso à renda disponível esvairá gradativamente.
A sanção presidencial do projeto que estabelece um teto de ICMS para combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes coletivos, caso não seja alvo de suspensão via questionamentos judiciais, acarretará no barateamento temporário de tais bens e serviços. No entanto, a política já está gerando um custo para a sociedade através da deterioração dos fundamentos das contas públicas, provocando desvalorização dos ativos, como a taxa de câmbio. Além disso, as incertezas com as eleições, a escassez de determinados insumos e suprimentos no mercado internacional – freando contratações de mão de obra e a ampliação dos seus vencimentos – e o quadro externo conturbado devem permanecer atuando negativamente para evitar uma expansão sustentada do indicador.




Fonte: https://cdlpoa.com.br/noticia/destaques-economicos-cdl-poa-27-06/ - CDL POA

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